Como sempre, tristonho, pensativo,
vou procurar a minha companheira;
o sol, ao pôr-se, doira, compassivo,
das árvores a verde cabeleira.
Entro; repousa a mata sobranceira
num silêncio funéreo; ao longe, altivo,
canta o sabiá uma canção ligeira,
que me entristece por qualquer motivo.
Parece-me que diz: "É morta! é morta
a deusa virginal que te conforta,
ó pobre sonhador de vãs quimeras"!
E morta, sim, bem morta... Ei-la prostrada
ao chão, ferida, rota, retalhada,
o corpo estraçalhado pelas feras!
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