espalhando clarões por sobre a terra escura,
tem o porte soberbo, a nobre compostura
de um cristão primitivo absorto numa prece.
Encara com desdem a humanidade impura,
dos seus olhos de luz uma centelha desce;
a religião papal, semiânime, estremece
ante esse olhar de estranha e estupenda loucura.
É um louco! diz o povo imbecil, subjugado;
e como herege e louco ele será julgado,
porque teve no mundo a verdade por norma.
Prosterno-me a teus pés, ó teu nome venero;
consumir-te a matéria a violência do clero,
mas a ideia, que é luz, fez-se a alma da Reforma!