Qual rara linda flor que, airosa, se levanta
da humildade da terra, ou limo de uma rocha,
ostentando na cor a pureza de santa,
de tua alma também o verso desabrocha.
O teu gênio imortal esplendoroso e terso,
vivendo como rei no cárcere do crânio,
evolou-se sutil e deu sangue ao teu verso,
desfazendo-te da alma o escuro subterrâneo.
Arrancou-te do peito a dúvida sobria;
hoje, em versos de amor, teu pensamento elevas
ao retiro feliz do sonho e da poesia,
em demanda do sol, o matador das trevas.
Cavaleiro do amor, em cruzadas gloriosas,
carregaste, sorrindo, a cruz do teu Calvário,
trazendo n'alma insatisfeita muitas rosas,
que se vão desmanchando em rimas no"Ementário"...
Aprendeste do amor os místicos segredos,
as falas divinais,os célicos arpejos,
murmurados ao luar, à sombra de arvoredos,
ao sonoro rumor de estrepitantes beijos...
Tua divina musa é um tanto merencória;
não importa; fizeste uma grande conquista,
entoando, varonil, os hinos da vitória,
amparado ao bordão de consumado artista!
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