Já não existe a minha árvore amiga;
a duros golpes de machado, um dia
tombou; morreu ao soar da Ave-Maria
a minha nobre divindade antiga.
E toda a tarde, ao pôr-do-sol, eu ia
visitar o seu corpo ao qual me liga
inda a mesma afeição sincera e amiga
que a essa morta caríssima me unia.
Hoje, porém, chegando onde jazia
o seu troco mirrado, endurecido,
cinzas...e destas uma voz se erguia:
"Ai ! Nunca mais (ouvi como um gemido)
gosarás ao meu lado, embevecido,
as delícias do sonho e da poesia !"
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