Bem sei que nada sou e nada valho
neste mundo falaz, enganador;
vale mais o dinheiro que o trabalho,
a vaidade é maior que o próprio amor.
Boca fechada ao vitupério, ao ralho,
coração distanciado do rancor,
a bondade a granel, contente espalho,
entre estilhaços rútilos de dor.
Mas tudo passa; a vida continua;
sobre a lama que piso algo flutua,
numa ascenção radiosa para o sol...
É minh'alma que foge espavorida,
na mais soberba e santa arremetida
para viver nas luzes do arrebol.
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