Meia-noite: em meu ermo isolamento
não penetram ruidos da cidade;
escuto apenas sussurar o vento
num gemido angustioso de saudade.
De uma lâmpada a frouxa claridade
alumia meu lúgubre aposento;
sem que o perceba, fúnebre, me invade
o cortejo feral do desalento.
Tortura-me, o pensar no meu passado,
ao ver-me, quase abandonado,
longe dos meus idolatrados pais...
Fora o vento soluça tristemente;
meu coração afaga a dor que sente;
-Saudade! o mais agudo dos punhais.
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