Tem dó de mim, desta alma impura,
que, dentre as grades da poesia, chora,
procurando nos versos a ventura,
a virgem santa que tão longe mora.
Já não tenho esperanças; tarda a hora
de conhecer a divindade pura,
cujo hálito sublime revigora
o organismo da humana criatura.
Percorri longes terras ignoradas,
passei cantando pelo espeço à fora,
fazendo-o estremecer com gargalhadas...
Eis-me de volta, amor, triste e cansado;
não pude achar onde a ventura mora,
nem lhe ouvir o tropel do passo amado.
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