A mulher, que se entrega por amor,
inocente e feliz por se entregar,
sem um gesto de mágoa ou de lamento,
é silvestre como flor
despetalada pelo vento,
em noite clara de luar.
É sempre bela a flor, que se alteia ou rasteja
no descampado ou no jardim,
que se chama junquilho ou violeta ou jasmim...
Bendita seja!
Mas a flor mercenária, que é colhida,
para depois ser vendida
em sórdidos balcões,
compro-a á mulher banal,
insensivel às nobres emoções
( pobre filha do mal! ),
supinamente cega,
que ao primeiro homem se entrega
em troca do vil metal.
À infeliz criatura sem pudor,
ao tempo de Jesus apedrejada,
o incontido, o invencivel rancor
de minha alma revoltada.
Maldita a flor que todo mundo beija!
Maldita seja!
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