Releio velhas cartas perfumosas,
das quais se exala o mais sutil odor,
um cheiro bom der rosas;
sinal de que inda vive o nosso amor!
Aquele mesmo cheiro
lembrando tua mão gentil...
E começo a sonhar um sonho alvissareiro,
em que se esboça, lindo, o teu perfil.
És tu mesma, vivaz, encantadora,
a me acenar ainda...
E tua silhueta acolhedora
parece-me tão linda...
Olhas-me; sou teu amado;
e tu, querida, o sol que me conduz...
Das sombras em que vivo mergulhado,
anseio por tua luz!
Continuo a reler as cartas perfumosas;
banha-me o rosto um raio de alegria,
parecendo-me ver teu vulto que se erguia
num andor triunfal de lírios e rosas.
E sorrindo e chorando abria-te meus braços,
ebrio de paixão...
O sol, agonisando incendiava os espaços
e a saudade também queimava um coração!
Nenhum comentário:
Postar um comentário