Quando fores um dia ao campo santo,
em busca de meu túmulo, querida,
hão de orvalhar-te a face compungida
as pérolas amargas de teu pranto.
Não acharás poesia nem encanto
nessa morada lúgubre, perdida
entre flores gentis e o verde manto
da relva que me cobre enternecida.
Colhe essas flores todas, por piedade,
ó divinal arcanjo de bondade,
afaga-as com carinho e com meiguice...
Que, de alguma ouvirás, muda e calada,
a confissão ardente, apaixonada
em palavras de amor que te não disse!
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