Manhã brumosa e calma; um frio de mortalha
as carnes me fustiga e fere brutalmente,
cortando-as como, gume afiado de navalha,
que corta impiedosa a matéria impotente.
Num sudário de gelo a minh'alma incontente
envolve-te; um terror pela terra se espalha;
uiva e assobia o vento ameaçadamente,
imitando clarins em campos de batalha.
O sol inda ressona, heroico aventureiro,
a fronte no infinito, os pés sobre o nevoeiro,
enquanto da algidez passeia a horda nefasta...
A terra chora; o céu é baço; a natureza,
que conserva no olhar as sombras da tristeza,
farfalha na amplidão a cabeleira basta!
Nenhum comentário:
Postar um comentário