Argonautas do amor, idólatras do sonho,
largai as vossas náus contra as ondas da sorte.
Ao mar! todos ao mar! eis o brado, suponho,
que impele os corações da impávida coorte.
O firmamento azul a contemplar me ponho;
de súbito enegrece ao derredor; e , forte,
ruge, estronda o trovão, terrífico, medonho,
esquisito tropel fantástico de morte...
Que vos não amedronte a universal negrura;
indómitos, seguí, ó bravos, para o céu,
que encontrareis um dia o reino da ventura...
Ei-lo! mas em ruina; as pedras coruscantes
espalhadas no chão...brasido...fogaréu...
incêndio colossal de sonhos fumegantes!
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