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AGUARDEM!!!

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SEMANALMENTE ESTAREMOS PUBLICANDO NOVAS POESIAS.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

DEUS - PARTE 2

Se Deus tudo me fala com carinho;
por toda a parte Deus somente vejo;
nas avezinhas construíndo o ninho,
no amor de cada mãe ao seu filhinho,
ou na pureza angelical do beijo!

Deus, que ilumina a Terra com fulgor
dos astros, que nos dão a luz e calor,
ao homem ensinando a caridade
e os santos mandamentos da humanidade,
fez dele ao mesmo tempo criador.

Deus vive em nós, em nosso coração,
purificando os nossos ideais;
e não se afasta da dedicação
que devotamos toda aos nossos pais,
na mais pura e leal consagração!

Deus vive em nossa mão estremecida,
na excelsa natureza colorida,
nos mais humildes vegetais, nas flores...
É a Terra, o mar, o espaço, a luz, a vida
num conúbio de risos e de dores!

Ó vós que vos gabais de ser ateus
e não passais de falsos corifeus,
procurai auscultar o coração
e este, alto, vos dirá: "Onde a razão
frágil acaba, aí começa Deus"!

DEUS - PARTE 1

Perambulei por todas as correntes
mais esquisitas da filosofia;
descrente fui no meio dos descrentes,
semeador de maléficas sementes...
Mas a verdade nunca aparecia!

E cheguei mesmo a repelir a idéia
de um Deus eterno e soberano, acima,
muito acima de nós e que semeia
as bençãos infinitas à macheia,
afim de que nossa alma se redima.

Quando jovem, vaidoso, blasfemava,
das ambições terrenas a alma escrava,
na linguagem dos míseros ateus...
Pobre verme que sou, não alcançava
e nem jamais alcançaria Deus!

Nossa razão de ser inteligente,
visto provirmos nós da divindade,
não consegue - fragílima e impotente!
os mistérios solver da eternidade
e fazer mais feliz a humanidade.

Uma vez aclarada a inteligência
aos ráios de uma luz toda interior;
e, límpida, sem nuvens a consciência,
compreendo afina nossa existência
em sua fonte originária - o Amor.

E o próprio Deus; a mesma luz etérea,
o espaço, o tempo, o espírito, a matéria,
os astros que passeiam no infinito,
serenamente, sem nenhum atrito...
É tudo Deus pela amplidão sidérea!

terça-feira, 5 de junho de 2012

SABOR DE FRUTA

 

Teu beijo é tão gostoso, que me dá

a impressão de uma fruta deliciosa,

sabor estranho de maracujá,

ou pêssego maduro, ou manga rosa.

Teu beijo é saboroso como joá,

fruta silvestre, rubra, apetitosa;

possue o aroma e o gosto que não há

igual na natureza caprichosa.

Tua boca parece uma romã

vermelhinha, cortada em dois pedaços,

borrifada do orvalho da manhã.



Venho de longe, acelerando os passos,

à cata do teu beijo, em doido afã,

para cair vencido nos teus braços!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

LÁGRIMAS DE CROCODILO

 

Lindos olhos! profundo como o abismo,

vosso esplendor engana os corações;

como do radium as emanações

vós penetrais também nosso organismo.

 

Lindos olhos, de um terno sensualismo,

sois notas musicais de umas canções

de amor ou dois ferocíssimos leões

camuflados de ingênuo romantismo?

 

Rugis por vezes como ruge o oceano,

mas tendes a pureza, não me engano,

de um justo quando a Deus, sincero implora…

 

Entretanto, se o choro vos invade

nas lágrimas só vejo falsidade:

assim também o crocodilo chora.

CONTRASTE


São dois contrastes reais

o meu e o teu coração;

o teu fingindo paixão,

o meu sincero demais.

 

Teu coração me parece

é feito de alguma pedra;

nele a súplica não medra

nem o sussuro da prece.

 

O meu – triste comediante!

mais infeliz do que Jó;

vive a chorar o farsante,

mas a ninguém causa dó.

terça-feira, 15 de maio de 2012

BUCÓLICA

Tarde moena; ar parado, abafadiço;
a tristeza anda a solta pelo espaço,
choveu há pouco; o solo alagadiço
freme de cansaço.

As árvores, reclusas
no mosteiro bucólico da mata,
desprendem das verdes blusas
um cheiro forte que arrebata.

Melancólica, a natureza pensa;
a selva abafa gritos de revolta;
os pássaros, a voar na atmosfera densa,
sonham com alguma cousa que não volta...

Tarde morna; ar parado e abafadiço;
enquanto a árvore sonha com uma aragem,
o sol tenta beijar o solo alagadiço,
atravez da folhagem,.

terça-feira, 1 de maio de 2012

O LIVRO DE MINHA TERNURA

Este o livro de minha ternura,
que me torna feliz e mais crente,
pois minh'alma vivia em procura
de mais luz e de um sol mais ardente.

Encontrou afinal nas poesias
que no meu coração já moravam;
eram hinos de amor, alegrias,
eram versos que às vezes sagravam.

Tudo aqui resumido, enfeixado,
como flores de raro perfume;
meu presente, futuro e passado,
minha vida inteirinha resume.

Os amores de outr'ora, os anseios
que nós todos sentimos na vida,
os menores e futeis receios,
a paixão mais violenta e sentida;

o prazer de viver, a saudade,
que de perto me segue e me encanta...
Minha Mãe tão querida e tão santa,
numa terna expressão de bondade...

Continua seu trono vazio
bem no fundo do meu coração;
mas a sua lembrança invadiu
o santuário da minha canção.

E aqui vive, inspirando a seu filho,
que, na própria velhice, procura
dar maior esplendor e mais brilho
as estas rimas de amor e ternura!